Primavera vs Alergias

Todos esperamos pela ansiosa Primavera. Mas com ela regressam as alergias para muitas de pessoas, os espirros, comichão nasal e conjuntivites oculares. Na verdade, o número de pessoas afectadas por alergias primaveris, tem registado um aumento significativo. De acordo com dados recentes, nos últimos 30 anos esse número aumentou 5 x , com tendência para subir.Uma explicação para este sucedido é higiene, ou seja, mais higiene significa mais alergias. Antero Palma Carlos, do Centro de Alergologia e Imunologia de Lisboa, explica: "Os jovens são vacinados contra tudo e sobrecarregados com antibióticos, a comida que comem é asséptica, e o organismo, como diariamente não responde a infecções, reage a substâncias da vida corrente" ou seja, Outro factor a ter em consideração para a ocorrência de alergias primaveris é a tendência genética. "Esta predisposição existe mas não é simples, até porque há pelo menos 11 genes que controlam as reacções alérgicas do organismo humano", refere Antero, adiantando ainda que "existem 40% de possibilidades de uma criança sofrer de alergias se um dos pais tiver a mesma condição médica e 60% quando ambos são alérgicos".

Este especialista menciona também que as alergias primaveris são uma reacção do organismo aos pólenes dos fenos, das oliveiras e de algumas urtigas, e não das flores ou das sementes de choupo e plátanos. Os sintomas (vermelhidão e inchamento ocular, espirros, prurido e corrimento nasal) são semelhantes e confundíveis com os provocados por outras doenças, "o primeiro passo para diagnosticar uma alergia é traçar a história clínica do paciente", verificando se os sintomas se atenuam quando chove ou pioram quando se levanta vento, por exemplo — em último caso, poderá ser necessário recorrer a testes cutâneos, colocando o doente em contacto directo com o pólen responsável pela alergia, através de uma picada, e observando a reacção do organismo.

Para não passar os primeiros raios de sol a assoar o nariz e com olhar lacrimejante o tratamento pode passar por anti-inflamatórios, principalmente para as crianças, as vacinas também são uma boa solução.

De qualquer forma, e apesar dos tratamentos existentes, muitos alérgicos continuam a não recorrer a ajuda especializada, tornando durante três meses a sua qualidade de vida afectada.

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